A importação para o seu e-commerce não termina quando a carga chega no Brasil. A gestão do estoque e o planejamento logístico das remessas são etapas cruciais que, se mal executadas, podem gerar perdas significativas e impactar a satisfação do cliente. Dois erros operacionais comuns nessa fase final podem minar toda a lucratividade planejada.
Neste último post da nossa série sobre erros na importação, vamos explorar os equívocos relacionados ao mix de produtos, profundidade de estoque e o planejamento do fluxo de compras.
Erro 1: Errar no mix e na profundidade de estoque
Uma tentação para varejistas iniciantes em importação é querer trazer uma enorme variedade de produtos (muitos SKUs) em pequenas quantidades. A ideia é testar o mercado, mas essa estratégia, sem planejamento, costuma sair caro.
Por que isso é um problema?
- Alto risco de ruptura: Pequenas quantidades significam que um pico de demanda inesperado pode esgotar o estoque rapidamente, resultando em perda de vendas.
- Sem economia de escala: Comprar volumes pequenos de muitos itens dilui seu poder de barganha com o fornecedor (preço unitário maior) e aumenta o custo logístico proporcionalmente.
- Dificuldade de gerenciar: Mais SKUs exigem mais controle, espaço e atenção na armazenagem e separação, aumentando a complexidade da operação.
- Capital pulverizado: O investimento se espalha por muitos itens, em vez de focar nos que têm maior potencial de giro.
Como evitar: Analise seu público e defina um sortimento alinhado ao perfil dele. Em vez de muita variedade rasa, concentre-se em menos SKUs, mas com maior profundidade de estoque para os produtos com maior potencial de venda. Use dados de vendas (ou projeções baseadas na análise de mercado) para definir volumes ideais.
Erro 2: Falta de planejamento de remessas e fluxo de compras
Importar envolve prazos longos. Muitos varejistas consideram apenas o tempo de transporte internacional (30 a 90 dias, em média), esquecendo-se de incluir o tempo de produção (que pode levar 60 dias ou mais) e o tempo de desembaraço e transporte interno no Brasil.
Por que isso é um problema?
- Quebra de estoque crônica: Se você não planeja a próxima compra considerando todo o lead time (produção + transporte + desembaraço), o estoque acaba antes da nova carga chegar.
- Perda de vendas: Estoque zero significa vendas perdidas e clientes insatisfeitos que procurarão a concorrência.
- Pressa e custos extras: Tentar acelerar o processo de última hora pode envolver fretes mais caros (aéreo em vez de marítimo), custos emergenciais e erros.
- Impacto no fluxo de caixa: Pagar por mercadorias muito antes de recebê-las para venda exige um bom planejamento financeiro.
Como evitar: Crie um calendário de compras detalhado, alinhado com suas projeções de vendas, sazonalidade e o tempo total de lead time do seu fornecedor e da logística. Use ferramentas de gestão de estoque para monitorar níveis e definir pontos de ressuprimento. Mantenha comunicação constante com seus fornecedores e operadores logísticos.
O Planejamento é a Chave do Sucesso Operacional
Errar na gestão do estoque e no planejamento do fluxo de importação pode desestruturar toda a sua operação de e-commerce, mesmo que você tenha escolhido os produtos e fornecedores certos. Uma operação de importação bem-sucedida exige disciplina, dados e um bom controle sobre seu supply chain.
Importar pode ser uma excelente estratégia, desde que feita com planejamento, dados e estrutura. Contar com parceiros experientes, como uma contabilidade especializada em e-commerce que entende as particularidades da importação, faz toda a diferença para antecipar riscos, estruturar processos e transformar a importação em uma real vantagem competitiva para o seu negócio.
